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Sem licença ambiental, Agesul prorroga paralisação das obras de Patrola no Pantanal Sem licença ambiental, Agesul prorroga paralisação das obras de Patrola no Pantanal

Sem licença ambiental, Agesul prorroga paralisação das obras de Patrola no Pantanal

O Imasul não emitiu licenças ambientais desde a implantação das estradas, em 2021

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Rodovia MS-214 (Agesul)

Nesta terça-feira (30), edição do Diário Oficial do Estado trouxe a publicação de um novo termo de paralisação da implantação de rodovia em revestimento primário, em trecho da MS-214. Essa obra é de responsabilidade do empreiteiro André Luiz dos Santos, o Patrola, (CNPJ 08.594.032/0001-74).

Desde 2023, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) investiga a execução das obras de implantação de rodovias como a MS-214 e a MS-228 sem as devidas licenças ambientais. Ambas as obras acontecem na região do Pantanal.

O que a investigação identificou, a partir das informações no sistema Cerberus, foi que a respeito das licenças ambientais emitidas pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), a partir de 1º de janeiro de 2020 “não foram localizadas licenças de instalação e operação para abertura de estradas, embora a atividade de ‘Rodovia/Estrada (abertura) em leito natural com ou sem revestimento primário e sem pavimentação’ demande licença ambiental”.

Vale lembrar que os contratos para as obras na MS-214, de responsabilidade de três empresas, foram firmados em 2021. Ou seja, a Agesul teria liberado as obras mesmo sem ter as licenças ambientais necessárias para isso.

Além da André L. dos Santos, também têm contratos para implantação da MS-214 as empresas Galassi Empreendimentos Ltda (CNPJ 07.238.773/0001-50) e BTG Empreendimentos, Locação e Serviços Eireli (CNPJ 00.568.986/0001-09).

(Reprodução, DOE)

Obras preventivas

Após série de reportagens do Midiamax sobre obras irregulares e como empreiteiros estavam desmatando áreas do Pantanal também sem a devida licença ambiental, o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) determinou a paralisação das obras nas estradas, pela Agesul.

Assim, a partir de julho o órgão publicou as paralisações. Já em novembro, o TCE-MS autorizou obras preventivas e passou a cobrar respostas da Agesul. Foram 16 obras paradas em julho em razão dos danos ambientais causados.

Conforme despacho assinado pelo presidente do TCE-MS, Jerson Domingos, em 27 de novembro, após a decisão de paralisação das obras, a Agesul pediu a suspensão da medida cautelar.

O pedido seria para duas obras, sendo uma a de implantação de revestimento primário na rodovia de acesso à Vazante do Castelo, que é realizada por André Luiz dos Santos. Já a outra é de implantação de revestimento na estrada de acesso ao Porto Rolon, obra realizada por Rodrigo Ricardo Ceni, dono da RR Ceni & Cia Ltda (CNPJ 07.649.405/0001-02). As duas obras ficam na Rodovia MS-228.

Esses pedidos foram feitos pelo diretor-presidente da Agesul, Mauro Azambuja Rondon, para realizar obras de preparação para paralisação “evitando-se desta maneira dano reverso, visto o período das chuvas que se avizinhava”.

A partir do pedido, o TCE-MS deu parecer favorável, revogando a medida cautelar relacionada a ao menos 7 processos, autorizando que fossem realizadas apenas essas obras de preparação para paralisação. Essas obras seriam feitas para evitar maiores danos e, assim, maiores gastos na retomada.

Ainda conforme o despacho, as obras deveriam ser feitas nos termos comprometidos nos planos de ações, de pequena monta e mínimo impacto, “sem excluir a responsabilidade ambiental dos gestores e executores”.

Mauro voltou a pedir a suspensão da medida cautelar de paralisação, em relação a mais uma obra, de revestimento na rodovia de acesso ao Porto São Pedro. Também foi revogada a medida, autorizando a continuidade desta obra.

Para essas duas obras, foram concedidas licenças ambientais, conforme noticiado em 14 de novembro de 2023. As publicações foram deitas no Diário Oficial do Estado.

Mesmo com a liberação em 3 de outubro, 27 dias depois a Agesul notificou o empreiteiro Patrola. Isso, porque ele não assinou o reinício das obras, nem havia retomado, para evitar estragos que as chuvas causariam. Para os reparos, seriam empenhados R$ 15 milhões.

Em documento da Agesul, de 30 de outubro, o relato é de que as obras estavam paradas e deveriam ser retomadas. Menos de um mês depois, o Midiamax recebeu imagens de um caminhoneiro que passava pelo trecho.

Parte da MS-228, que não teve a pavimentação inicial feita, desmoronou. O trecho é considerado importante pela passagem de caminhões boiadeiros em grande fluxo. Mesmo assim, a obra foi ignorada pelo empreiteiro.

Em 18 de dezembro foi prorrogado o contrato com Patrola para as obras da MS-228, para que sejam encerradas em junho desde ano.

Multa por obras sem licença

Na segunda-feira (29), o Midiamax divulgou que a Agesul foi multada pelo Imasul, em dezembro de 2023, por executar obras sem licença ambiental. Responsável pelos inquéritos sobre as obras irregulares, a promotora Ana Rachel Borges de Figueiredo Nina, de Corumbá, voltou a cobrar as licenças ambientais.

Ainda conforme dados do inquérito, a Galassi já executou 70,63% dos serviços, no trecho de 59,2 quilômetros. Em 7 de dezembro de 2023, o Imasul esteve na MS-214 e emitiu parecer técnico. Assim, apontou que não constatou atividade de maquinários nos locais percorridos.

 “Contudo as obras de revestimento primário na Rodovia MS-214 não pavimentada estão sendo implantadas, e compreende uma extensão de 45.850,982 metros; foi constatada a incidência de processo erosivos na área de servidão da estrada em virtude da má utilização do solo; em consulta aos sistemas do Imasul não foram localizadas autorizações/licenças referentes à atividade”, diz o parecer.

Com isso, em 18 de dezembro de 2023, o Imasul multou a Agesul em R$ 23 mil, por descumprir a legislação. São consideradas infrações administrativas ambientais de construir ou realizar obra sem licença.

Meses antes, em junho de 2023, a Agesul foi multada em R$ 36,5 mil, pelos mesmos crimes, mas cometidos com as obras autorizadas sem a devida licença na MS-228.

Desta forma, a promotora confirmou atividades irregulares na rodovia, sendo lavrados autos de infração e notificação contra a Agesul. O trecho em questão é executado pela empresa Galassi Empreendimentos.

Na peça é relembrado que o TCE-MS autorizou a retomada das obras, mas somente para preparação para a paralisação. Ou seja, obras emergenciais para evitar maiores danos causados pelas chuvas.

Em 15 de janeiro, a promotora decidiu notificar as três empresas. Com isso, recomendou que as obras de implantação de revestimento primário na MS-214 sejam retomadas somente com as respectivas licenças ambientais, a serem expedidas pelo Imasul.

Ao Midiamax, a Agesul informou que o processo para liberação da licença ambiental ainda está em andamento. “O processo de licenciamento ambiental da obra de revestimento primário da MS-214, entre o km 70 e o km 129,2, segue em andamento no órgão competente. Atualmente, o trecho passa por medidas preparatórias de obra, já autorizadas pelo Tribunal de Contas. Em relação aos autos de infração emitidos pelo órgão ambiental, defesas administrativas foram elaboradas e apresentadas em 25 de janeiro de 2024”, diz a nota completa.

Agesul tenta há meses obter licenças

Em agosto de 2023, a Agesul publicou a contratação, por meio de convite, da empresa Ecogeo Engenharia Ltda (CNPJ 28.696.427/0001-95) para realizar estudos ambientais de 122 quilômetros da rodovia MS-214, em obras que já acontecem desde 2021.

Em comunicado interno, a Agência admitiu ter liberado as empreiteiras na rodovia sem o estudo. Trechos de construção da MS-214 estão entre as obras de André Luiz dos Santos, o Patrola, paralisadas em maio pelo Governo do Estado após determinação do TCE-MS.

Segundo a publicação, a empresa realizaria o estudo de obras de implantação e revestimento primário das rodovias MS-214, do quilômetro 70 ao quilômetro 198 e também da MS-168, trecho sobre a ponte do Rio Taquari, em Corumbá.

A empresa recebeu R$ 285,4 mil pelo serviço, a ser realizado em 30 dias consecutivos, a partir da ordem de serviço, assinada em 15 de agosto.

O estudo foi solicitado, por meio de convite, no dia 21 de junho, ou seja, após a paralisação das obras.

Ainda constam na peça as informações sobre solicitação do Ibama da licença ambiental que autorizaria a abertura de estradas na região do pantanal, em Corumbá. Essas obras teriam sido feitas sem a devida licença ambiental, como a abertura de estrada de acesso à ponte Taquari.

Lei do Pantanal

Em 19 de dezembro de 2023, a edição do Diário Oficial do Estado publicou o texto oficial da Lei nº 6.160, de 18 de dezembro de 2023, a Lei do Pantanal. A lei foi sancionada em evento com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Bioparque do Pantanal.

O Jornal Midiamax denunciou por meses o desmatamento desenfreado e ilegal em várias áreas do bioma pantaneiro. Os desmatamentos foram liberados após decreto de 2015, assinado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o secretário Jaime Verruck.

Esse decreto foi suspenso pelo governador Eduardo Riedel (PSDB), que também suspendeu as licenças ambientais para obras e desmatamentos no bioma. A paralisação aconteceria até a sanção da lei.

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