Réu pelo assassinato de Matheus chora após juiz autorizá-lo a rever filhos depois de 4 anos
O julgamento foi pausado para o reencontro, que será reservado
Thalya Godoy, Mirian Machado –
Ouvir Notícia Pausar Notícia Compartilhar O réu Marcelo Rios ficou aos prantos quando teve autorização do juiz Aluízio Pereira, durante julgamento na tarde desta terça-feira (18), para que pudesse ver os filhos, após quatro anos, desde que foi preso pelo assassinato de Matheus Coutinho, em abril de 2019. Ele, Jamil Name Filho e Vladenilson Olmedo estão sendo julgados pelo crime em júri realizado desde a segunda-feira (17).
O encontro deve ser reservado. Os três réus saíram do plenário. O julgamento segue pausado.
Rios chorou ao ouvir o relato da ex-esposa Eliane Benitez sobre o que os filhos vivenciaram quando ficaram alojados na delegacia Garras, enquanto estava preso lá.
Eliane contou que os filhos sofreram “terror psicológico” e que hoje, um com 9 anos e a outra com 11 anos, têm TDAH e transtorno de ansiedade.
Em quase uma semana que ficaram na delegacia, as crianças gritavam por socorro no pátio quando ouviam o choro do pai, preso em uma das celas, contou. Ainda segundo o relato da mulher, os policiais a ameaçavam e falavam para os filhos que, se a mãe não colaborasse, iam arrancar a cabeça dela.
Depois de cerca de uma hora e meia de depoimento movido a emoções e choros de Marcelo Rios e Eliane, o júri foi pausado para o reencontro de Rios com os filhos, os quais não via desde o acontecido.
Segundo dia de júri
O segundo dia do julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, pela morte de Matheus Coutinho, em abril de 2019, terá peça-chave da Omertà depondo tanto para Name como para Marcelo Rios. O primeiro dia de julgamento teve duração de mais de 9 horas.
Neste segundo dia do júri considerado histórico, deve depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’.
Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.
Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil.
O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que depois passou a ter como titular, o delegado Carlos Delano, que integrou a Força-Tarefa da Omertà.
Para Jamil Name Filho, irão prestar depoimento um advogado, um psiquiatra e Eliane Benitez Batalha. Para Marcelo Rios será Eliane Batalha e para Valdenilson Olmedo, duas testemunhas, entre elas um policial civil.