Com início em 30 de agosto, a suspensão durou mais de um mês. Nesta terça-feira (8), o X foi desbloqueado e começou a voltar para alguns usuários.
Contudo, a rede social segue offline para outros. Isso se justifica, pois o Brasil tem mais de 20 mil provedores, conforme o Ministério das Comunicações.
Dessa forma, dependendo da operadora e do meio de acesso (navegador ou aplicativo), alguns usuários podem demorar mais a obter acesso ao X. Quando falamos só das gigantes, a Claro tem 20,4% do mercado, a Vivo, 14,2% e a Oi Fibra, 9,3%.
Então, não se desespere se você ainda não conseguir acessar a rede social. Apenas aguarde e vá experimentando recarregar a página da plataforma, ou tentar acessar o aplicativo mais tarde.
Segundo a agência Brasil, a retomada da plataforma no Brasil foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que ordenou a retomada do serviço em até 24 horas, ou seja, até o fim da tarde de quarta-feira (9).
Por enquanto, a Anatel não se pronunciou a respeito. Por sua vez, a plataforma se pronunciou, por meio de nota, dizendo ter “orgulho de estar de volta ao Brasil”. Confira a nota completa:
“O X tem orgulho de retornar ao Brasil. Dar acesso a dezenas de milhões de brasileiros à nossa indispensável plataforma foi fundamental em todo esse processo. Continuaremos a defender a liberdade de expressão, nos limites da lei, em todos os lugares onde operamos.”
Confira a cronologia da suspensão
15/08 – Moraes aumenta de R$ 50 mil para R$ 200 mil a multa diária aplicada contra o X por descumprimento da decisão que determinou o bloqueio de postagens do senador Marcos do Val (PL-ES) e de outros investigados.
17/8 – X fecha seu escritório no Brasil e retira representação legal. No entanto, a rede continua no ar.
28/8 – Moraes dá 24 horas para o bilionário Elon Musk, dono da rede social, indicar representante legal no Brasil.
29/8 – O ministro determina o bloqueio das contas da Starlink, empresa de internet via satélite que também pertence a Musk, para garantir o pagamento das multas contra o X.
30/8 – Alexandre de Moraes determina a suspensão da rede social X no Brasil e dá 24 horas para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) cumprir a medida. O ministro também determina a aplicação de multa diária de R$ 50 mil para pessoas físicas e jurídicas que utilizarem uma VPN (Virtual Private Network) para burlar a suspensão.
31/8 – O bloqueio é efetivado por todas as operações de internet.
2/9 – A Starlink recorre da decisão que determinou o bloqueio das contas bancárias da empresa.
13/9 – Moraes determina a transferência de R$ 18,3 milhões que foram bloqueados nas contas da Starlink e da rede social X para a União. A medida serviu para garantir o pagamento das multas.
18/9 – X realiza atualização na hospedagem da rede social e permite o acesso de usuários à plataforma. O X trocou o endereço eletrônico bloqueado e passou a hospedá-lo nos servidores da Cloudflare, empresa norte-americana especializada na segurança de sites.
19/9 – Moraes multa o X em R$ 10 milhões por permitir o acesso pelo Cloudflare.
19/9 – X informa ao STF que planeja reativar representação legal no Brasil, e Moraes dá 24 horas para a empresa comprovar a medida e entregar documentos.
20/9 – A rede social cumpre o prazo e indica Rachel de Oliveira Villa Nova para atuar como representante legal da empresa no país e entrega parte dos documentos.
21/9 – Moraes pede novos documentos. Para o ministro, a entrega não foi devidamente cumprida e solicita cópia das procurações societárias originais outorgadas pela rede social à advogada e da ficha de breve relato expedida pela Junta Comercial de São Paulo.
26/9 – Os advogados do X apresentam os documentos solicitados e pedem o desbloqueio da plataforma.
27/9 – O ministro nega o desbloqueio e faz novas determinações. Moraes pede que a empresa pague a multa de R$ 10 milhões pelo uso do Cloudflare. Além disso, determina que a advogada Rachel Villa Nova pague multa de R$ 300 mil.
1°/10 – X informa ao Supremo que vai pagar todas multas aplicadas contra a plataforma, que somam R$ 28,6 milhões.
4/10 – A rede social paga a multa e volta a pedir o desbloqueio.
4/10 – Moraes diz que a multa foi depositada na conta errada e pede regularização. O valor foi parar em uma conta da Caixa, mas deveria ter sido enviada para uma conta judicial no Banco do Brasil.
7/10 – A multa de R$ 28,6 milhões é transferida para a conta correta do Banco do Brasil. Moraes pede parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o desbloqueio da plataforma.
8/10 – PGR envia ao Supremo parecer favorável ao desbloqueio.
8/10 – Moraes determina desbloqueio do X e dá prazo de 24 horas para a Anatel cumprir a medida.
*Com informações da Agência Brasil e Olhar Digital
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