Aparelho da Santa Casa quebra e atrasa troca de traqueostomia de pacientes
Mães estão preocupadas com o risco de infecção; pacientes estão aguardando vagas para outros hospitais
Karina Campos –
Ouvir Notícia Pausar Notícia Compartilhar Pacientes estariam há mais de 30 dias aguardando a troca da traqueostomia pelo atendimento na Santa Casa de Campo Grande. Segundo a reclamação, o equipamento que auxilia na aplicação da broncoscopia está com defeito, logo, estão aguardando a regulação para outro hospital.
A mãe de um jovem de 26 anos, que prefere anonimato, conta que o rapaz usa a traqueostomia gastrostomia, pois tem microcefalia e lesão cerebral. Ele troca o aparelho há 14 anos na Santa Casa. O caso do paciente necessita do aparelho de broncoscopia, por ter hipertrofia adenoideana, um bloqueio nasofaríngeo.
“Ele tem fibrose, não tem nem mais veia para tanto exame. Ele toma medicação no ‘pé da barriga’, isso dói. Esse exame de broncoscopia custa, em média, R$ 2,6 mil, e não tenho esse valor. Já são 21 dias desse sofrimento. Estou com medo de perder meu filho, é meu único filho. Ele já não aguenta mais ficar internado, chora muito, está estressado”, disse.
‘Estou desesperada’
Outra mãe de um paciente de 11 meses diz que a troca da traqueostomia estava prevista para setembro. O menino está com o aparelho há cinco meses, o que aumenta risco de infecção. A família foi encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, mas recusaram atendimento relatando alto risco de contaminação.
“Quando chegamos na UPA, internaram e solicitaram a vaga para um hospital, pois não há na Santa Casa. Meu filho tem várias sequelas de internações, já teve cinco paradas cardíacas por falta de oxigênio no cérebro. Na UPA, ele estava em uma maca e sem isolamentos, podendo pegar gripe, vírus, coronavírus, pois várias crianças têm acesso. Fui embora sob ameaça de que o Conselho Tutelar me processar”.
Após deixar a unidade, a família seguiu em busca de exames de tomografia e raio-x. “Não posso deixar meu filho na UPA. Estou desesperada. Lá ele não tem atendimento adequado”.
O que diz a Sesau
Sobre o primeiro paciente, de 26 anos, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) diz que ele está estável, respirando sem dificuldades. “A Sesau ressalta que o paciente segue assistido e monitorado por profissionais, enquanto aguarda vaga hospitalar regulada pelo sistema estadual Core”.
Sobre o segundo paciente e a ciência do problema no aparelho para broncoscopia, a reportagem aguarda um posicionamento.
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa desde a última sexta-feira (15), mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para um posicionamento.
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